Eu queria falar um pouquinho sobre o meu primeiro trabalho literário, O Segredo da Condessa. Bem, como muitas escritoras, meu primeiro contato com a leitura foi muito cedo, através da influência da minha mãe e do meu avô. Tive a sorte de ter crescido num lar onde a leitura e o estudo sempre foram muito estimulados. Então, a transição para querer começar a escrever foi muito natural. Na escola, nem lembro mais em que série foi, já dei os primeiros passos quando demonstrava interesse em aprender redação; cheguei a ganhar alguns concursos literários da escola mesmo e desde então me tornei uma "rabiscadora" como gosto de dizer.
O tempo passou e eu nunca mais parei, a cabeça sempre lotada de ideias borbulhantes, mas nunca pensei no processo da escrita como algo profissional. Foi somente no ano passado (ou seja, quase uma era glacial depois) foi que eu tive este momento "eureka". Já fazia muito tempo que eu estava sentindo vontade de escrever algo mais longo, pois eu até então era daquelas escritoras anônimas, sabe, que escrevia só para si e guardava tudo a sete chaves com medo do que os outros poderiam dizer. -- Tem até um episódio que eu gostaria de falar depois sobre um trauma que passei e que quase me custou um sonho -- Escrever esse primeiro livro foi justamente lutar contra (e vencer!) este trauma. Enfim, eu também queria testar minhas habilidades com a escrita. Então, um belo dia, sentei-me na cadeira e disse: vou transformar este devaneio em algo concreto. De forma bastante intuitiva comecei a organizar as ideias num papel, bem intuitiva mesmo, porque até então eu só tinha a percepção de leitora. A organização foi dando certo, a história foi ganhando corpo e deixei o processo bem fluido, sem amarras, ia escrevendo à medida que as ideias iam surgindo. Hoje em dia já sei que tem nome para esse tipo de escrita, chama-se "pantser", que é quando você escreve sem planejamento e deixa a estória se desenvolver por si só. Embora O Segredo não seja um bestseller, ele é especial demais para mim, justamente porque foi o meu primeiro. Tem um grande significado em vários aspectos, inclusive terapêutico.
Escrever não é fácil, é uma tarefa bem árdua, principalmente se envolve pesquisa de uma época que a gente nunca viveu, mas para mim é gratificante. A sensação se assemelha a de "um sonho realizado". O amor pelas histórias que surgem a todo momento na minha cabeça é maior do que a trabalheira que é. E junto a tudo isso há a necessidade de compartilhar estes sonhos/devaneios com as outras pessoas. E eu estou muito feliz de ter dado o pontapé inicial nesse sentido.
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