Gentleman Jack - Anne Lister



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Terminei de assistir recentemente um seriado da HBO chamado Gentleman Jack, que conta a história de Anne Lister, uma mulher completamente fora dos padrões de sua época. Não vou dizer que ela era uma “mulher a frente de seu tempo”, porque não gosto muito desse chavão. Prefiro dizer que ela era um ser humano ímpar. A começar pela sua sexualidade. Hoje em dia ser lésbica é quase tão natural como respirar, pelo menos para mim. Porém, na Era Vitoriana, onde temos o auge do rigor moralista, imagine a confusão que isso causava. Os homens que eram pegos relacionando-se com outros homens eram mandados para a forca! O nosso amado Oscar Wilde (o amor de minha vida) foi preso por ser homossexual.

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Anne Lister
Anne Lister, foi uma mulher “porreta”, que não levava desaforo para casa. Era sagaz, tinha tino para os negócios e o mais interessante de tudo é que a mulher era praticamente uma rocha, no sentido de ser bem resolvida com sua “condição”. Embora sua sexualidade lhe intrigasse, pois estudou até em livros de anatomia para descobrir o porquê de sua preferência, ela nunca se intimidou ou se sentiu diminuída por causa disso. Ouvia comentários maldosos desde sempre, mas eles nunca derrubaram seu espírito forte. Parece que quanto mais as pessoas lhe ofendiam, mais decidida ela ficava. Não era uma mulher fraca que se lamuriava por qualquer coisa.

Entre todas estas qualidades, aqui vai um defeito: a Anne era uma libertina. Sim. Nos moldes nos nossos mocinhos libertinos de livros... Anne não podia ver um rabo de saia. Literalmente. Traçava todas. E mesmo assim, teve vários relacionamentos sérios e teve seu coração partido algumas vezes também, pois dois de seus grandes amores deixaram-na para se casarem com homens. Não era todo mundo que tinha peito para encarar uma relação homoafetiva. Hoje em dia isso é difícil, imagina naquela época.

Mas agora eu quero falar da série em si. Gentleman Jack foi roteirizada, dirigida e produzida por Sally Wainwright. A primeira temporada só teve oito episódios, mas conseguiu fazer uma síntese bem fiel à vida real de Anne. Amei o jeito que a história foi contada, o visual está muito lindo. É impossível não se apaixonar pelo cenário bucólico de Yorkshire. Mas o mais legal, são os momentos em que Anne olha diretamente para a câmera como se estivesse falando conosco. Senti-me cúmplice de seus esquemas. Vibrei com suas conquistas, chorei com suas desilusões e sim, meu coração se partiu quando o dela se partiu. Quase enlouqueci junto com ela diante da indecisão de sua amada e quase fiquei careca com o suspense do último episódio. Foi angustiante! Eles conseguiram prender minha respiração até o último momento, quando finalmente pude voltar a respirar normalmente.


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Suranne Jones
Agora deixe-me falar da cereja do bolo: Suranne Jones. Ela é um espetáculo à parte. Sua atuação é muito convincente. Deu vida à Anne Lister. Particularmente, acho que ela é muito mais bonita que a Anne de verdade. Ela é charmosa, engraçada, envolvente. Sabe aquele tipo de gente que você gostaria ser amiga? Eu falei amiga... Então, eu vi um mocinho cafajeste nela, principalmente numa das últimas cenas, que não posso falar para não dar spoiler, ela abre seu coração para amada, num dos raros momentos em que está de cabelos soltos e eu vi ali o cafajeste redimido. 
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Enfim, amei essa série como um todo. Não só a trama principal, mas as paralelas também prometem muito!
Vou ficando por aqui, deixando a música que toca quando o episódio acaba. Achei essa música tão legalzinha, que achei que era de abertura, mas não, é de encerramento mesmo. 


Música original 



O cover perfeito da Karliene






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