
Já me fizeram essa pergunta antes e
eu respondi mais ou menos assim: “porque eu gostaria de me dedicar a um gênero
literário, no caso os romances de época, sem ter que me preocupar com o julgamento
das pessoas, principalmente das pessoas da minha família, que são bem
intelectualizadas. Infelizmente, este gênero está muito associado àqueles
livrinhos de banca, romancinhos tipo florzinha, Barbara Cartland, que eu amava
ler quando adolescente e que muitas pessoas julgam como sendo “baixa literatura”,
como sendo uma besteira. Tipo: “você está lendo isso? Não perca seu tempo lendo
esse tipo de besteira”. Mas não é todos os momentos que estamos preparados para
ler coisas muito densas, às vezes a gente só quer um “romancinho” para
desestressar, para relaxar.
E é aí onde eu entro. Eu quero
escrever esse tipo de romance. Quero escrever livros leves e envolventes, que
faz a leitora se envolver de maneira a apaixonar-se pelo mocinho. Sabe? Aquele
tipo de romance que arranca suspiros de amor, que aquece o coração. Pois é. Mas
nem todo mundo entende que literatura é algo muito pessoal.
Nós leitores temos ao longo da vida
várias propostas de leitura. Nós lemos para nos informar, lemos para aprender,
lemos para aumentar o nosso repertório intelectual, mas também gostamos de ler
coisas triviais para relaxar.
Ok. A gente jamais pode comparar um
Dostoiévski com uma escritora de banca, a complexidade de seus livros são
infinitamente distantes, mas a gente tem que ter em mente que a leitura, seja
de qualquer autor, é uma experiência única e nós temos que respeitar.
Além de tudo isso, ainda tem um
fato interessante, tenho muitas ideias para livros guardadas em meus arquivos
pessoais, e em muitas delas as mocinhas passam por situações que foram situações
que eu mesma já passei com algum familiar meu, ou seja, uso o pseudônimo para
ter um pouco mais de autonomia na hora de contar certos “causos” pessoais sem
precisar ser identificada ou causar certo mal estar familiar. Parece sensato,
não é?
📜A Rainha do Crime, Agatha Christie,
já assinou como Mary Westmacott.
📜Nossa amada Charlotte Brontë usou o
pseudônimo de Currer Bell. Suas irmãs, as queridas Emilly e Anne usaram os
nomes Ellis e Acton Bell...
📜O ilustre Fernando pessoa gostava
viu, ele tinha cerca de uma dezena de heterônimos.
📜A queridíssima J.K. Rowling já
assinou como Robert Galbraith.
📜O controverso Nelson Rodrigues usava o nome de Suzana Flag algumas de suas crônicas.
📜O REI Stephen King usou o pseudônimo de Richard Bachman.
📜O cantor Fábio Jr. usava o nome de Mark Davis nos anos 70.
📜E para finalizar o nosso mais que amado Machado de Assis...olha só, até os heterônimos dele são incríveis: Dr. Semana, Boas Noites e Bruxo do Cosme Velho. Genial, não?
Então, se todos eles podem, por que
não nós?
Eu gosto de usar. Acho que é uma questão
de me proteger, já que ás vezes a gente quer jogar AQUELE HOT no meio da
conversar e tá tudo bem, ninguém vai ficar te julgando. Além do mais, foi uma
maneira que encontrei para homenagear personagens especiais para mim: Jo March
de Adoráveis Mulheres (Louisa May Alcott) E Margaret Hale de Norte e Sul
(Elizabeth Gaskell).
E vocês, o que acham dos
pseudônimos? Usam? Gostariam de usar? Acham desnecessários?
Até a próxima!
Fonte: Superinteressante
Comentários
Postar um comentário