Ultimamente tenho escrito bastante, mas curiosamente não tenho me dedicado à escrita do meu livro. Sim, isso é muito triste. Eu deveria estar correndo com ele, até porque a capa dele já está pronta e está linda demais! Mas enfim, não era sobre isso que eu queria falar neste post; gostaria mesmo de abordar uma escrita diferente.
Desde que me conheço por gente que tenho o hábito de escrever, sempre estou rabiscando alguma coisa em algum lugar, mas ultimamente, durante esta pandemia, tenho me dedicado à escrita terapêutica, digamos assim. Desde que comecei a fazer terapia, minha psicóloga me incentiva a me expressar através da escrita. E como nossas sessões não pararam (graças à abençoada videoconferência), tenho desabafado bastante. Tenho encontrado na escrita uma maravilhosa válvula de escape. Quantas e quantas vezes não tenho preenchido folhas e mais folhas com anotações catárticas; umas guardo somente para mim, outras compartilho com minha querida psicóloga para posterior análise e outras acabo permitindo que o fogo purificador as consuma.
Escrever é muito libertador! Há dias que escrevo com o coração: deixo as palavras fluírem com amor, respeito, carinho... noutros, escrevo com o fígado: não tenho filtro, deixo que meu lado sombra dê o ar da graça; a escrita sai raivosa e a cada palavra sinto como se estivesse me livrando de um peso ou de mágoas que não fazem mais sentido para mim e que de alguma maneira estavam guardadas no porão escuro de minha mente. De vez em quando é bom espanar este porão e dar uma olhada nos monstrinhos que lá habitam. Arejar, deixar a luz entrar. Isso renova as esperanças, reajusta nosso GPS interno. Nos ajuda a nos conhecer melhor e dessa maneira sermos capazes de perceber que algo não está bem.
Em um post recente mostrei alguns caderninhos que fiz utilizando pedaços de papelão e papel de presente. Um desses caderninhos virou meu diário de escrita. Nele, escrevo sobre os projetos que estou me dedicando no momento. Falo também sobre meu dia-a-dia como escritora a algumas estratégias de escrita. Bem, ele anda encostado no momento já que mal tenho olhado para meus livros. Tenho também meu diário de terapia; é nele que escrevo as coisas mais profundas do meu ser. É o diário que compartilho com minha terapeuta e onde anoto as "tarefas de casa" que ela passa para mim. Sim, minha psicóloga adora me passar tarefas e eu amo quando ela faz isso. E por fim tenho meu planner diário, onde anoto coisas relacionadas a minha vida cotidiana, como médico, dentista, exames, compromissos de estudo e trabalho (virtuais), compromissos religiosos, orçamento doméstico e etc... Agora estou muito a fim de fazer mais um diário... "diário de dieta" já, que engordei 5 kg nesse isolamento e eles estão beeeem difíceis de ser perdidos... Mas isso é conversa para outro post. Neste gostaria mesmo de falar sobre como o diário é uma ferramente incrivelmente versátil nas nossas vidas. Eles nos ajudam a manter a rotina organizada e até mesmo a mente (e as emoções também).
Recentemente comecei a escrever um diário fictício, para treinar a escrita em primeira pessoa e narrativa contemporânea. Está sendo muito divertido. A estória que está nascendo certamente é diferente de tudo o que eu já escrevi. Quem sabe posso tirar este diário da gaveta e transformá-lo num livro? Devo confessar que este diário fala muito de minhas próprias paixões platônicas e eu estou emprestando essas perspectivas para uma personagem que eu criei apenas para dar vazão às minhas fantasias. Está sendo uma atividade realmente prazerosa.
Enfim, não abro mão desses pequenos auxiliares de jeito nenhum. Quem em sua tenra adolescência nunca teve um caderninho, onde escrevia: meu querido diário...? Eles são nossos melhores amigos e confidentes. Eles nos conhecem melhor do que qualquer pessoa que convive conosco e, sem sombra de dúvida, sabem guardar um segredo como ninguém.
Eu amo diários!!! E vocês, possuem também o hábito de escrever no diário? Fique à vontade para compartilhar suas experiências, vou adorar conhecê-las. 💗

Comentários
Postar um comentário