Isso é Persuasão mesmo??


Travei uma dura batalha na hora de assistir a nova adaptação de Persuasão.

Logo que comecei a ver, a atmosfera alegrinha (a lá Bridgerton) me causou certa estranheza e a olhada para a câmera da Dakota (a la Fleebag) me fez ranger os dentes; logo percebi que além de anacronismos eu iria encontrar ali uma comédia. Fiquei triste porque eu amo a atmosfera melancólica transmitida pelo livro e tão bem mostrada nas adaptações passadas, mas procurei entender que essa versão foi feita para a geração atual e afinal, quem faz a adaptação faz do jeito que quer, né?

Eu fui pre-adolescente/adolescente na década de noventa e assistia com fervor aquelas adaptações maravilhosas da BBC e da trupe de Emma Thompson, Kenneth Branagh, Imelda Stauton e cia… então, acho que fiquei chatinha porque cresci assistindo os melhores.

Não tenho “medo” de assistir algo diferente, muito pelo contrário! assisti ao musical sobre um dos pais-fundadores dos Estados Unidos, Alexander Hamilton, que foi escrito e estrelado por um rapper americano chamado Lin-Manuel Miranda e nossa! pense num musical potente! Se não me engano ele está no Disney Plus. Fica a dica.

Agora voltando para Persuasão…

O recurso de narração com os olhos focados na câmera, portanto, focados em nós espectadores, foi uma constante, como se ela estivesse dialogando conosco e toda vez que ela fazia isso (na minha opinião) prejudicava um pouco a imersão. A cena do primeiro jantar, g-zus! O que foi aquilo!!! Aquele diálogo doeu na alma. A vontade que tenho é de fazer apontamentos para cada cena, mas é melhor parar por aqui senão o texto vai ficar quilométrico.

No geral, creio que os pontos fracos dessa versão foram ----- na minha humilde opinião ----  a protagonista, a falta de química entre o casal e os diálogos. É um filme ok, mas não é Persuasão; Dakota definitivamente não é Anne Elliot e Cosmo Jarvis não é Capitão Wentworth. 

Sou fã e entusiasta de livros, séries e filmes de época e o que me faz amar tanto conteúdos assim é justamente o fato de poder mergulhar no passado e isso inclui tudo, desde comportamento, vestuário, fatos do dia-a-dia e a linguagem. E essa versão de Persuasão é uma mistureba de cenários e vestidos do período regencial com a linguagem do século XXI. Não vou discorrer sobre as modernices linguísticas por puro egoísmo mesmo, não quero ranger os dentes novamente.

Nas versões antigas eu simplesmente passava nervoso no momento do reencontro dos dois (e ainda passo toda vez que as reassisto), mas nesse filme foi só um… okay… Anne fazendo bobices no café da manhã e o capitão chega bem na hora e… okay… minhas entranhas permaneceram tranquilas. E o diálogo que se segue… Jesus, segura na minha mão e me leva… 

Enfim, isso tudo foi só para dizer que assisti, mas não mexeu comigo. Ainda fico com as versões de 1995 e 2007; essas duas tem a carga dramática de que necessito para viver rsrsrs. 






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