Leitura Concluída: Anne de Avonlea


Título: Anne de Avonlea - Livro 02 

Autor: Lucy Maud Montgomery

Ano: 2020

Editora: Ciranda Cultural

Tradução: Rafael Bonaldi

Gênero: Ficção, Infantojuvenil, Literatura Estrangeira

Nota: ⭐⭐⭐


Resenha

Ah gente, que delícia de leitura! Não preciso nem falar como eu amo o estilo “acolhedor”, inocente e irreverente de L.M. Montgomery escrever, né?

Antes de começar a maratona de Anne, pensei que não fosse ter pique para ler todos os livros em sequência e fiquei com receio de achar tudo muito cansativo. No entanto, a leveza da escrita de Lucy torna a experiência muito agradável, pois ela tem um jeito curioso de descrever as pessoas, as situações e as paisagens. E apesar de ser um livro infanto-juvenil, e aqui eu lamento muito não ter conhecido esse livro na minha infância, me peguei pensando em algumas das “filosofias Anneísticas”. Às vezes a Anne me parece um pouco “egoistinha”, mas esse sentimento logo se dissipa e é a sua essência de puro e verdadeiro amor que se sobressai. Chego até a ir mais além e afirmo que ela é uma lufada de ar refrescante na nossa sociedade tóxica, complexa e sufocante.

Mas vamos lá.

Anne de Avonlea não é mais sobre a pequena e “imparável” Anne. Neste segundo livro, temos uma Anne mais “madura”, com dezesseis anos e prestes a iniciar seu trabalho como professora da Escola de Avonlea. Ela é agora chamada de senhorita Shirley. Sim, nossa pimentinha cresceu e se tornou uma bela e peculiar moça. É interessante e divertido ver o jeito com que ela tenta se encaixar na vida adulta, deixando suas peripécias para trás (ou quase), pois falha miseravelmente algumas vezes e é bem engraçado de se ver. No entanto, ela conserva sua natureza sonhadora e poética e é com esses princípios que ela abraça, e muito bem, suas novas responsabilidades.

Uma coisa que me chamou a atenção de maneira positiva foi o amor que L.M. Montgomery tem pela figura do professor. Ela demonstra, através das ações de Anne, a admiração e o respeito que tem por eles. Adorei o fato de Anne ter se recusado a utilizar punições severas para com seus alunos e sofri junto com ela quando ela teve que recorrer a este recurso. Somos apresentados a novos personagens, mas continuamos com a linda amizade de Anne, Diana e Gilbert. 

As descrições são um primor, tanto que é fácil encher a mente de belas e vívidas paisagens e dá vontade de pegar o próximo vôo para a Ilha do Príncipe Edward. Nesse aspecto, meu capítulo preferido foi “Um Passeio Dourado”. Foi tão belamente descrito que os narcisos, cerejeiras em flor, clareiras diáfanas e bosques de bétulas e abetos praticamente dançavam na minha frente.

Peguei-me, várias vezes, comparando a sociedade de Avonlea com a nossa. Sei muito bem que não cabe uma comparação entre as duas pois, Avonlea é uma cidade fictícia situada no Canadá no final do século dezoito, mas isso não me impediu de pensar a respeito dos tipos humanos encontrados lá. Não vou me estender sobre isso, até porque não é o foco da minha resenha, só basta dizer que me restou suspirar e querer morar lá.

Apesar de ser um livro infanto-juvenil, como já havia dito antes, eu recomendo a leitura a todos que queiram educar seus corações a apreciar a beleza das coisas mais simples. 





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